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Coronel Fabriciano, 02 de dezembro de 2024
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Novas reflexões sobre a história de fé dos 30 mártires do Rio Grande do Norte canonizados em 2017 pelo Papa Francisco estão no livro “Santos Mártires, padroeiros do RN – história, testemunho, devoção”. A obra recém-lançada pela arquidiocese de Natal é resultado de dois encontros virtuais realizados este ano e está disponível para todo o Brasil.
Com prefácio do arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), cardeal Orani João Tempesta, “Santos Mártires, padroeiros do RN – história, testemunho, devoção” reúne em 116 páginas contribuições do bispo de Caicó (RN) e vice-presidente do Regional Nordeste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Antônio Carlos Cruz Santos.
A publicação também conta com a colaboração do vigário geral da diocese de Mossoró (RN), padre Flávio Augusto Melo; do capelão de Uruaçu (RN), padre Antônio Murilo Paiva; do membro do clero da arquidiocese de Olinda e Recife, monsenhor José Albérico Bezerra; e do ministro extraordinário da Eucaristia Claudemir de Carvalho, da arquidiocese de Campinas (SP).
O livro editado pela OffSet Gráfica foi organizado pelo arcebispo de Natal, dom Jaime Vieira Rocha. “Nós temos a graça aqui no Rio Grande do Norte de contarmos com a intercessão de 30 santos mártires, e essa história é muito bonita”, afirmou dom Jaime, durante o lançamento da obra, no último dia 18.
“Santos Mártires, padroeiros do RN – história, testemunho, devoção” pode ser na livraria da Catedral Metropolitana de Natal ou nas livrarias Paulus e Paulinas.
Em 1645, em decorrência das invasões holandesas no Brasil, mais de 80 fiéis da Igreja Católica foram mortos; destes, 30 foram martirizados.
O primeiro massacre aconteceu na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho de Cunhaú, em Canguaretama; O segundo em Uruaçu, comunidade do município de São Gonçalo do Amarante.
Tudo começou quando os holandeses tomaram a iniciativa de invadir o Nordeste brasileiro para cobrar as dívidas dos portugueses que construíram engenhos com dinheiro emprestado pela Holanda.
O massacre de Cunhaú, ocorrido no primeiro engenho construído em território potiguar, é considerado um dos mais trágicos da história do Brasil. Em 1645, o estado do Rio Grande (católico) era dominado pelos holandeses (calvinistas). Jacob Rabbi, um alemão a serviço do governo holandês, chegou ao engenho no dia 15 de julho daquele ano. Porém, ele já era conhecido pelos moradores da região, pois havia passado por lá anteriormente, sempre escoltado pelas tropas dos índios Tapuias.
No dia seguinte, como de costume, os fiéis se reuniram para celebrar a eucaristia e foram à missa na Igreja de Nossa Senhora das Candeias. O pároco, padre André de Soveral, começa a cerimônia. Depois do momento da elevação do Corpo e Sangue de Cristo, as portas da capela foram fechadas, dando-se início a violência ordenada por Jacob.
O massacre de Uruaçu aconteceu no dia 3 de outubro de 1645, três meses depois do ocorrido em Cunhaú, também a mando de Jacob Rabbi. Dizem os cronistas que, logo após o primeiro massacre, o medo se espalhou pela Capitania. Receosa, a população tinha medo que novos ataques acontecessem.
Segundo a história, neste segundo massacre as tropas usaram mais crueldade. Depois da elevação, fecharam as portas da igreja e os fiéis foram mortos ferozmente. As vítimas tiveram as línguas arrancadas para que não fossem proferidas orações católicas. Além disso, tiveram braços e pernas decepados. Crianças foram partidas ao meio e degoladas.
O celebrante da missa, o padre Ambrósio Francisco Ferro, foi muito torturado. O camponês Mateus Moreira teve o coração arrancado. E, ainda vivo, exclamou: “Louvado seja o Santíssimo Sacramento”.
Em reconhecimento ao feito dos Mártires de Uruaçu, em 16 de junho de 1989 o processo de beatificação foi concedido pela Santa Sé. Em 21 de dezembro de 1998 o papa João II assinou o decreto reconhecendo o martírio de 30 brasileiros, sendo dois sacerdotes e 28 leigos.
A celebração de beatificação aconteceu na Praça de São Pedro, no Vaticano, no dia 5 de março de 2000. A cerimônia religiosa foi presidida pelo papa João Paulo II.
No dia 15 de outubro de 2017, no Vaticano, os Mártires de Cunhaú e Uruaçu foram declarados santos pelo Papa Francisco.
Por Kleber Nunes/CNBB Nordeste 2
Com informações da Pascom Natal e G1 RN
Fotos: Pascom Natal
CNBB