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Coronel Fabriciano, 22 de novembro de 2024
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A Comissão Episcopal para a Amazônia (CEA) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) esteve reunida, em Manaus (AM), para reunião de avaliação das ações e projetos realizados ao longo do quadriênio (2019-2023). Participam do encontro o arcebispo de Manaus (AM) e presidente da Comissão, cardeal Leonardo Steiner, a assessora da Comissão, irmã Maria Irene Lopes, e os membros da comissão, o arcebispo de Porto Velho (RO), dom Roque Paloschi, o bispo eleito de Roraima (RR), dom Evaristo Spengler e o bispo de Itacoatiara (AM), dom José Ionilton Lisboa de Oliveira.
De acordo com a presidente da CEA, o encontro quer ser, também, uma oportunidade dialogar sobre o futuro da Comissão e a relação da CEA com a Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA). “A Comissão foi muito importante, está sendo muito importante para as Igrejas que estão na Amazônia”, afirmou o cardeal Steiner. Para ele, há ainda o desafio de como a Comissão para a Amazônia pode envolver ainda mais as Igrejas e “pensar nos encontros possíveis entre as Igrejas particulares para buscar um diálogo maior, entre nós, mas também com as outras Igrejas do Brasil e as outras igrejas da Pan-Amazônia”, reforçou.
Criada em 2003 com a missão de conscientizar e sensibilizar a Igreja no Brasil acerca da complexa realidade da Amazônia, ao longo dos últimos 18 anos a CEA vem realizando ações que têm fomentado a missionariedade e o compromisso de toda a Igreja do Brasil para com a Amazônia. De acordo com a assessora da Comissão, hoje a CEA tem esse papel de fazer com que a Igreja da Amazônia seja vista fora da Amazônia. “É uma Comissão que ajuda os Bispos e também os territórios a pensar um pouco a realidade amazônica”, completou irmã Maria Irene Lopes .
A Igreja da Amazônia hoje é desafiada a “viver a fidelidade à Cruz do Senhor e aos crucificados de hoje”, ressaltou Dom Roque Paloschi. O Presidente do Conselho Indigenista Missionário, que é membro da Comissão, se referiu ao cenário atual, “não só dos povos yanomami, mas de todos os povos indígenas, os povos originários e sobretudo as grandes periferias das cidades, onde nós vemos a situação da fome aumentando”. Olhando para a realidade eclesial, o arcebispo de Porto Velho destacou a necessidade de “alimentar aqueles quatro sonhos que o Papa colocou na Querida Amazônia. Esses sonhos que nos ajudam a sonhar uma Igreja verdadeiramente samaritana, servidora, comprometida com a vida de todos e a vida da Criação”.
Para Dom Ionilton Lisboa a CEA ainda tem alguns desafios a serem superados, como o de “fazer a Igreja do Brasil olhar para nós (Amazônia)”. O bispo da Prelazia de Itacoatiara lembrou da frase do Papa Paulo VI, que diz que “Cristo aponta para a Amazônia”, e junto com isso que “essa Comissão surgiu com esse objetivo de fazer uma integração entre nós que estamos aqui e as outras igrejas locais no Brasil inteiro”.
Para ele “a Amazônia ainda é um assunto que causa um pouco de estranheza em muitos dos Bispos e da Igreja mesmo como um todo”. Por isso, insistiu Dom Ionilton, “nosso desafio é fazer com que, cada vez mais, a gente consiga levar para a Igreja do Brasil, das outras regiões, a necessidade e a importância da missão como Igreja Católica aqui na Amazônia”.
O presidente da REPAM-Brasil e membro da CEA retomou as discussões do Sínodo para a Amazônia como ponto a ser considerado nas reflexões de avaliação. Segundo o Bispo eleito de Roraima, “além do caminhar juntos como povo de Deus, o Papa insiste muito numa Igreja não tão clerical, que seja de fato uma Igreja povo de Deus, conforme o Vaticano II, mas também as questões ambientais, as questões ecológicas, as questões culturais, sociais, é algo que o Sínodo para a Amazônia enfrentou”, destacou Dom Evaristo Spengler.
A reunião da Comissão segue até amanhã (18), em Manaus. Além das reflexões, o grupo prepara uma avaliação da caminhada a ser apresentada na Assembleia Geral da CNBB no próximo mês de abril.
Com informações e fotos de Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1
CNBB